25 de abril de 2016

Balanço do 1º ano :)

Vicente fez um ano dia 20. A minha expectativa de escrever no blog durante esse tempo não se cumpriu.
Eu achava que tudo seria super tranquilo. Que um mês depois eu já estaria trabalhando, bem desapegada. Que dois meses depois (seguindo as orientações médicas) eu já estaria treinando na academia. Que tudo se encaixaria na nossa rotina e a vida seguiria seu rumo.
Ah ah ah ah ah e ah!!!

Parar de trabalhar eu não parei exatamente. Mas diminuí MUITO o ritmo, neguei alguns atendimento, algumas palestras, adiei compromissos, perdi algumas oportunidades... Mas sem arrependimento algum.

Treinar eu não voltei até hoje (caos define). Meu filho precisava de MIM e eu dele.

Foi um intenso e desejado aprendizado. Me neguei a entrar em pânico por ter um bebezinho em casa, por ter falhado o meu "botão de mãe-mode-ON logo no parto" (me disseram tanto isso que eu achei que seria uma mágica). Recusei ajuda em muitos momentos. Não por orgulho, nem nada. Simplesmente porque eu PRECISAVA aprender, precisava olhar pra ele sem parar, perceber suas respostas, suas necessidades, entender como seria dali pra frente, aceitar a nova rotina, recalcular a rota (eu sou muito adaptável e reprogramável, graças a Deus, mas sou meio atrapalhada no COMO fazer).

Foram 5,5 meses só de alegria. Eu me sentia realizada com a vida leve que estávamos vivendo como pais.

Até que, no meio do percurso, com quase 6 meses de família, um soco no estômago: Eu tive toxoplasmose na gestação. E tinha acabado de descobrir isso num teste oftalmológico do Vicente.
Esse sim foi o meu momento de crise.
Na época eu sabia do risco, cuidei de todas as formas que eu pude. Me acharam fresca, exagerada, chata durante a gravidez. Comi carne torrada, porque poucos entendiam que eu não deveria comer mal passada.
Quando soube o diagnóstico eu tive raiva. Tive medo. Foi um novo recálculo de rota.
No mês em que o Vicente começaria a comer comidinhas (um dos momentos que eu mais esperava como mãe), ele iniciou um tratamento via oral, que seguiria por um ano inteiro. Um monte de xarope que tinha que ser enfiado goela a dentro.
Pra dar os remédios quando o Tiago não estava em casa, eu tinha que segurar seus bracinhos e perninhas com a minha perna, abrir a boca dele à força pra conseguir fazê-lo tomar. Ele se engasgava, chorava muito e eu mais ainda. Passava. Ele dormia. E eu continuava chorando.
(Foram algumas noites em claro, lágrimas e joelho no chão)
Com isso ele não aceitava mais nada que déssemos pra comer. Nada que fosse pra boca, a não ser o peito.
E assim foram dois meses. Com 8, ele começou a comer um pouco melhor e aceitar os remédios.

Também começamos uma fisioterapia visual. Estimulação pra desenvolver a visão periférica se as lesões tivessem afetado a parte principal da mácula (teoricamente afetaram).
Essa reeducação é feita por um órgão do governo chamado CRAID, Centro Regional de Atendimento Integrado ao Deficiente.
Saí de lá chorando muitas vezes.
Também precisava fazer a estimulação em casa. Com tampão no olho durante 1h30 em cada olho, todos os dias.
Outra guerra. Ele detesta o tampão. Aprendeu a arrancar. Haja criatividade pra distraí-lo com a brincadeira.
4 meses depois, voltamos à oftalmologista e a primeira frase dela foi: "Quem é essa criança?" O exame tinha outro resultado!
A dificuldade visual dele melhorou além da expectativa dela (mas não da minha). O estrabismo melhorou 90%. Ganhamos parabéns e estrelinhas! Viva!!!!
Deus é bom!! Ele faz milagres! A glória é dEle!

Os tratamentos continuam. Mas de forma muito mais fácil. Mais leve.

Aí chegou o primeiro aniversário. Depois de tudo isso não tem como não comemorar a nossa família.
Fizemos a festinha dele 90% handmade. E depois me perguntaram: Cadê as fotos???
Procurei em todas as suas redes e nada??? Não postou nada????
kkkkk

Primeiro porque não tinha nenhuma foto que reunisse tudo o que eu gostaria de mostrar (o empenho com a decoração e a comida, as pessoas que nós amamos, as crianças se divertindo, o nosso gatinho comendo tudo e mais um pouco, pulando de colo em colo, animado, brincando...) e eu não queria fazer um álbum inteiro com fotos da festa.

Segundo porque eu não quis postar mesmo. Foi um dia tão programado, tão feliz, tão curtido e tão exaustivo que quem estava lá, estava lá. #soudessas

Mas hoje achei que o blog sim merecia esse registro. Esse balanço dos últimos 365 dias e um pouco mais.

Um brinde à casa, à vida, meus amores e à minha família!
;)



 
















 
 


*plus: Minha maior realização nessa festa foi ver as crianças mega empolgadas usando seus rabinhos de dinossauro - que eu passei meses costurando durante as sonecas do Vico :)

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